Processos giram tortos na minha mesa
Burocrata é apelido de quem não vê
Sou ser humano
E vivo entre seres
que também humanam o trabalho daqui
A dureza é essa distancia
E o tempo que toma essa imensa multiplicação
De papel
É quase como se ele fosse gente,
Deixa dois na mesa, um de cada gênero
E vem um terceiro pra completar
Tem papel que nasce de dentro,
Outros somos nós que de fora colocamos
Nessa alquimia permente de tintas e palavras
Que os siginifcados
Cognitivos,
Apontam aquilo que deve ou já foi feito
A maquina publica é fechada
E mesmo as aberturas, as brechas,
Fazem parte da dominação
Um Estado libertário sem papel
Não é Estado de papel
Mas é confiança de todos
No deposito do futuro
Ao olhar pra frente, vemos o passado
Do lado, processo
Embaixo, cadeira
Em cima, o povo
Atrás-a nação