Da vida alheia (ou A Alegre Pororoca)

Detesto a perfeição.

Idéia burguesa, ideal-construída

que caminha de mão dada ao seu oposto,

nossa condição humana

A celebração da vida se dá pela imperfeição.

Corpos soltos com música

sons, cheiros, o mar.

Ânimos confluentes

como pororoca das trajetórias,

das histórias de vida.

Da minha e da sua vida

Carregamos conosco a mochila de passados.

Caramujos que somos,

não nos desfazemos das lembranças.

As que desmerecemos, ficam no caminho.

Quando voltam à mão, podem ir ao coração,

ou se resumir num simples pensar

Seu olho, sua boca, sua atenção

cortaram minha vida – confesso.

Era a fanfarra vivida,

que virou responsabilidade

pesou no ombro, num peso gostoso de sentir (de novo?)

Senti a possibilidade – uma vida contigo:

Me fez feliz!

E esse é meu melhor indicador

porque pulsa, expande e brilha.

Que agora queremos fazer?

desse encontro, caminho?

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