Imagine uma bola de sorvete.
Imagine o seu sabor,
nem muito doce, nem muito azedo.
Na medida exata do seu paladar.
A textura nem se fala,
só de tocar a língua, um carinho.
Na temperatura certa, gelado
mas nem tão frio assim que doa o dente.
Mesmo no sol, não derrete.
Ou melhor, derrete; mas em cima da casquinha,
sem escorrer pros dedos, sem pingar.
É a massa da perfeição.
Tão perfeita que só existe… na sua cabeça.
Qualquer sorvete, qualquer marca
qualquer sabor, jamais será igual a esse.
Aquele que só de pensar, aguça seu paladar.
Que se existisse, te daria o maior prazer do mundo.
Seria o melhor mas nunca será.
Quanta covardia!
A realidade sempre perde pra fantasia.