Erro lógico

Enfim sós,

Sento-me no jardim da infância

Busco o parque de diversões

Minhas calças já não entram mais nas cadeirinhas

As diversões de adultos que poderiam me contentar

Essas também ficaram pra trás.

Afinal nunca gostei da casa dos monstros.

Meu negócio sempre foi o bate-bate, ou a monga.

Transformado num ingresso, entrei no labirinto

Vim buscar uma saída

Inesperadamente encontrei:

Não há

Do conto de fada, o polvo foi pro cinema

estrelou o brilhantismo de hollywood

A cabeca do Tarkoviski veio pra mesa

Se vida é poesia, eu sou autor? Ou simples personagem

Quem escreve certo por linhas tortas agora sou eu

Que não sou nenhum deus

Tenho apenas pretensões grandes, como a de juntar no mundo tanto gente boa que conheço

Junto junto junto, não me resta nada.

O gozo prometido, a fantasia da plena satisfação

essa não existe e eu não me convenço disso.

Agora cansado, na cama, sem o prazer buscado

Procuro apenas palavras pra expressar esse chegar.

Falei pelos ventos que queria procurar algumas reflexões

Essas eu encontrei.

Culpa de me divertir, ou sério interesse em resolver esse labirinto sem fim

O álcool não resolveria a questão,

Também não o faz o sono, o som, o prazer futil e fugaz

Reencontrar valor no conhecimento

Compartilhar pontos de vista no encontro

Surpreender-se com a coincidência

O desinteresse interessado ou o interesse desinteressado

Em algum ponto o menos com menos deu menos.

Erro lógico matemático deixou um vazio no meu peito

E se foi pra isso que eu vim, do que eu to reclamando?

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